segunda-feira, 10 de setembro de 2007

ESTUDO BÍBLICO

DEUS NÃO TRABALHA EM DESORGANIZAÇÃO

Lindemberg Gomes de Lima
Igreja Batista Memorial

I – LIVRO DE NÚMEROS

ADORADORES EM HARMONIA


INTRODUÇÃO

O livro de números pode ser considerado como o livro dos levitas. No texto hebraico, seu nome é bemidbar significa “no deserto”, uma alusão ao ambiente da peregrinação do povo de Israel rumo à Canaã prometida. O nome Números, por sua vez está relacionado ao recenseamento do povo de Israel feito por Moisés, ordenado por Deus, para organizar o povo escolhido para a defesa contra os possíveis inimigos que enfrentaria (Nm 1:3), para organização social do povo (Nm 2:2) e a organização do culto (Nm 3.6).[1] O conteúdo do livro de Números atende ao propósito de mostrar que a história de Israel e a história da salvação “não são simples acontecimentos do passado, mas são temas sempre contemporâneos (...) que a história da salvação é um assunto que interessa a todos, e que hoje precisamos saber como estar preparados e prontos para fazer a vontade de Deus, nesta grande batalha Espiritual”.

Texto Áureo: Nm 1-10

1. DEUS MANDA MOISÉS NUMERAR AS TRIBOS DE ISRAEL

“Falou mais o SENHOR a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, dizendo: (Nm 1:1).

Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão, cabeça por cabeça; (Nm 1:2).

da idade de vinte anos para cima, todos os que saem à guerra em Israel, a estes contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.” (Nm 1:3).

Deus manda Moisés identificar, separar, numerar e organizar as tribos de Israel, como forma de se preparem para as grandes lutas de conquistas que estariam por vir. O povo de Israel deveria estar prontamente organizado no seu aspecto bélico, social e espiritual. Contudo, é interessante notar que Deus não deu maior importância ao grandioso exército de 600 mil homens, que Israel possuía. A vitória do povo de Deus não vem pela força do braço do homem, mas sim pela mão justa e fiel de Jeová. No entanto, sua atenção especial ficou reservada ao grupo de adoradores (22 mil levitas), que caminhava em meio a essa tropa. Porque as vitórias do povo de Israel foram frutos não dos braços, da força e da valentia do povo, mas por que Deus ia à frente do seu povo e por ele batalhava.

2. DIVISÃO DAS TRIBOS DE ISRAEL

“Estará convosco de cada tribo um homem que seja cabeça da casa de seus pais.” (Nm 1:4).
“Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim os contou no deserto do Sinai.” (Nm 1:19).

“Assim foram todos os contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais, de vinte anos para cima, todos os que podiam sair à guerra em Israel.” (Nm 1:45).

“Todos os contados, pois foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta.” (Nm 1:46).

Assim procederam Moisés e Arão diligentemente, conforme lhe tinha determinado Deus. Identificou todas as pessoas pertencentes a todas as tribos de Israel, segundo a sua própria genealogia, de modo que cada tribo escolheu um homem para que assumisse a posição de príncipe da tribo seus pais, os cabeças de milhares de Israel.

3. OS LEVITAS NÃO SÃO CONTADOS

“Porquanto o SENHOR tinha falado a Moisés, dizendo:

“Somente não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de Israel.”
(Nm 1:48-49).

“Conta os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, pelas suas gerações; contarás a todo varão da idade de um mês para cima” (Nm 3:15).

Três fatos podem destacar nesse recenseamento dos levitas. O primeiro é o fato de Deus ter pedido para não contar os levitas, descendentes da linhagem de Levi; posteriormente, vamos entender o porquê dessa situação, é que Deus tinha um propósito importante para esse povo, que era administrar o serviço sacerdotal, os sacrifícios oferecidos pelo povo de Israel, a guarda e o transporte, armar e desarmar o tabernáculo e a administração dos cultos oferecidos a Deus. O segundo é que dois dos filhos de Arão não foram contados: Nadabe e Abiú que ofereceram fogo estranho perante o SENHOR (Lv 10:1-2; Nm 3:4). Lembra a Israel o perigo de apresentar a Deus um culto indevido. Podemos citar como exemplo, o caso dos Samaritanos do Sec. VIII antes de Cristo, que “temiam ao SENHOR e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses, segundo costumes importados de outras nações” (2 Rs17:33). O terceiro fato é a contagem dos levitas a partir de um mês de idade. Este fato lembra a importância da criança no culto. Deus se agrada do louvor dos pequeninos (Sl 8:2; Mt 21:16).

4. A BANDEIRA E A ORDEM DAS TRIBOS NO ACAMPAMENTO

“Os filhos de Israel assentarão as suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação, assentarão as suas tendas.” (Nm 2:2).

“E os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés; assim, assentaram o arraial segundo as suas bandeiras; e assim marcharam cada qual segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais.” (Nm 2: 34).

Porém, como tem sido observado era necessário e de fundamental importância para o homem de guerra, a sua declaração inequívoca da sua descendência (genealogia), e essa era reconhecimento da sua bandeira. Amado irmão, qual a sua descendência? Qual a sua genealogia?[2] Qual a sua bandeira? Essas duas coisas eram essenciais para o reconhecimento de sua bandeira. Essas duas coisas (genealogia e bandeira) eram indispensáveis para a marcha e luta no deserto. Além disso, eram inseparáveis. Se um homem não soubesse a sua descendência, não poderia reconhecer a sua bandeira, neste caso era lançado em desesperada confusão. Os homens que podiam sair à guerra em Israel, não podiam ter dúvidas em seu coração quanto a essas verdades. Cada um devia conhecer o seu posto e ocupá-lo, conhecer a sua bandeira e manter-se sob ela.
Qual é a sua bandeira? Você tem certeza do conhecimento exato de sua bandeira? A bandeira que nos identifica com a nossa luta, com a nossa missão é o Evangelho. É Jesus. O nosso Pai celestial é Deus. Este, portanto, é a nossa bandeira.
Era assim com todas as tribos, em todo o campo do Israel de Deus. Cada um tinha a sua descendência e o seu posto; e nenhuma delas dependia dos seus próprios pensamentos: tudo era disposto por Deus. Ele deu a descendência, indicou a bandeira, e o posto; nem tão pouco havia necessidade de comparar, uns com os outros ou qualquer outro fundamento para inveja; cada um tinha o seu posto para ocupar, o seu trabalho para fazer, e havia espaço bastante para todos. Havia a maior diversidade e, contudo a mais perfeita unidade.
Assim, como foi no passado, no acampamento da antiguidade, bem como agora na Igreja nos dias atuais, o agir de Deus tem nos tem revelado que Ele não é um “deus de confusão”.
Tudo tem que ser feito com muita ordem e decência. Segundo a orientação de Deus dada a Moisés o povo de Israel teria que manter toda aquela organização quer acampado, quer em marcha. Havia também uma ordem estabelecida por Deus que organizava a adoração, os sacrifícios e as ofertas dos príncipes de todas as famílias do povo de Israel (Nm 7:1).

[1] I Co 14: 33,40).
[2] Rm 8: 14,16; Gl 3:26-29 e 1Jo 3:2.

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