segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ESTUDO BÍBLICO

A QUEDA DO HOMEM E A INFINITA MISERICÓRDIA DE DEUS

Lindemberg Gomes de Lima
Igreja Batista Memorial

Texto Áureo: Gn 3:1-7

INTRODUÇÃO:

Este capítulo do livro que narra às maravilhas da criação de Deus apresenta-nos a corrupção, a decadência, o colapso de toda a cena de sublime e infinito amor, graça, salvação e glória preparada por Deus para a obra prima de suas mãos: O homem. Criado segundo a sua imagem e semelhança. Mas, onde abunda o pecado, superabunda o amor de Deus para que, em todos os tempos, tenhamos a perfeita, pura, genuína e salvadora intenção (propósito) de Deus para buscar e salvar da ruína e da condenação eterna o homem que está em pecado.

1. A serpente introduz a dúvida acerca daquilo que Deus havia dito.

“Ora, a serpente era a mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”. (Gn 3:1).

“É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” – Esta foi a pergunta astuta e maliciosa de Satanás, para por dúvida no coração de Eva.
Se a Palavra de Deus estivesse escondida no coração de Eva,ela não teria pecado contra Deus. A sua resposta poderia ter sido simples, direta, objetiva, e concludente: Vai-te, Satanás, porque somente ao SENHOR meu Deus, servirei. (Dt 6:13).
Mas, o simples fato de Eva ter dado ouvido a Satanás, quando ela sabia que Deus é amor, justiça e fidelidade; isso evidenciou a sua incapacidade de poder dar-lhe a resposta necessária. O verdadeiro meio de enfrentar as perguntas e insinuações de Satanás é tratá-las como suas e repeli-las com a poderosa Palavra de Deus. No entanto, Eva diante da atitude tomada mostrou que a Palavra de Deus não fazia morada em seu coração.
O Diabo não se apresenta abertamente, dizendo “Eu sou o Diabo, o inimigo de Deus, e venho para caluniá-Lo, reprová-Lo e arruinar-te”. É necessário, portanto, que saibamos identificar suas sutis estratégias e combatê-las com bastante firmeza.

2. O valor da Palavra de Deus

“mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais” (Gn 3:3).[1]
Em vez de se agarrar exclusivamente às Palavras de Deus, ela na sua resposta, acrescenta-lhes, com efeito, “alguma coisa” da natureza humana e carnal.
Ora, se acrescentarmos, ou tirarmos, alguma coisa à Palavra de Deus, isso mostra claramente que a sua Palavra não está em nosso coração, nem governando a nossa consciência e a nossa vida.
Se alguém está achando gozo na obediência da Palavra do SENHOR, se ela é a sua comida e a sua bebida, se nela medita de dia e de noite, se vive de toda Palavra que sai da boca de Deus, estará indubitavelmente, familiarizado e inteiramente atento à Sua Palavra.
O Senhor Jesus Cristo, no seu conflito com Satanás, empregou corretamente a Palavra, porque Ele vivia dela e apreciava-a mais do que seu próprio alimento. Não podia citá-la mal ou torcê-la na sua aplicação, nem tão pouco podia ficar indiferente à Palavra de Deus. Grande é a sua comunhão com o Pai[2].

3. A concupiscência da carne, dos olhos e a vanglória da vida

“E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou o seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn 3:6).[3]
Estas coisas tomaram necessariamente a direção logo que Deus foi deixado de fora. Se nós não permanecermos na segurança feliz do amor e da verdade de Deus, da sua graça e fidelidade, nos entregaremos com certeza a algum ou a todos estes princípios acima descritos; e isto é apenas outro nome para o domínio de Satanás.
Se o homem se governar a si próprio é realmente governado por Satanás! E se assim não for é governado por Deus.
Os três grandes meios mediante os quais Satanás opera é “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”.
Estas coisas foram apresentadas por Satanás ao Senhor Jesus, na tentação de fazê-lo desviar-se da posição de absoluta dependência de Deus.[4]

4. Consciência

“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” (Gn 3:7).
Vejamos agora até que ponto Adão e Eva se beneficiaram com a vantagem da promessa da serpente.
O Senhor Deus tinha ordenado isto de tal maneira, que, com e por meio da queda, o homem havia de alcançar aquilo que antes não possuía, e isso era a consciência, um conhecimento tanto do bem como do mal.
Isto não podia o homem ter tido, evidentemente, antes. Não podia ter conhecimento de coisa alguma do mal, tanto mais que não havia mal para ser conhecido. Ele estava num estado de inocência, o qual é um estado de ignorância do mal.
Satanás tinha enganado completamente a mulher; havia- lhe dito, “os vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Mas tinha deixado de fora uma parte importante da verdade, a saber, que conheceriam o bem sem o poder fazer; e que conheceriam o mal sem o poder evitar.
A criação divina diante do quadro criado por Deus, nunca poderia revelar o que Deus era em sua totalidade. Porque Ele havia criado uma situação de perfeita comunhão com o homem, uma realidade de total ausência de pecado, não fora a desobediência do primeiro homem, essa situação não haveria de ser quebrada.
Havendo caído o homem em desobediência e desgraça nova situação fora criada. “... Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça”[5] de Deus. Nesta nova situação Deus pode revelar atributos ainda não conhecidos do homem, além da sabedoria como, amor, misericórdia, santidade, justiça, fidelidade, bondade, ternura e longanimidade. Onde poderiam todos esses atributos de Deus ser manifestados senão num mundo de pecadores? Deus no princípio desceu para criar todas as coisas inclusive o homem; e, depois, quando a serpente ousou atrapalhar o Plano da criação, Deus desceu para salvar. “para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor”.
Desta forma, amados irmãos, vemos que a mentira da serpente apenas criou a ocasião para a revelação da plena verdade acerca de Deus. O homem criado pelo propósito e pelas mãos maravilhosas de Deus não está fadado à derrota a não ser que ele mesmo rejeite a graça de Deus.
Assim como Deus chamou a Adão logo após ter caído em desobediência e pecado: “E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estais?” (Gn 3:9). Esta pergunta prova três coisas: (1) – Prova que o homem, na sua condição natural está irremediavelmente perdido; (2) – Que Deus se preocupa com o homem caído e pecador; (3) – O homem tem que mostrar arrependimento e aceitar a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal para poder voltar a gozar da plenitude da graça de Deus.
E você amado leitor onde estais? Deus não se cansa de procurá-lo. Continua a lhe chamar: Onde estais?

[1] Salmo 17:4
[2] Jo 10:30.
[3] 1Jo 2:16.
[4] Mt 4:1-11 e Lc 4:1-13.
[5] Rm 5:20-21.

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